quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Pré lançamento do livro Clivagens Monólogos

Pré lançamento do livro Clivagens Monólogos - Escritora Nena Sarti / FIC.O evento acontecera junto ao almoço mensal do CTG, o valor do mesmo será de R$ 25,00.

domingo, 25 de setembro de 2011

O QUE PASSA PELO CÉREBRO DE UM VICIADO

Trabalhei como professora mais de trinta anos. Nesses anos, tive a oportunidade de passar por três décadas bem diversificadas. Mas mesmo lá, no antes, já se sentia a queda de nossos jovens (infelizmente). Rebeldia, falta de controle emocional, a busca de algo mais para suas vidas. Ao acompanhar esses meninos e meninas, pude observar o que poderia trazer no pensamento de cada um enquanto a obscuridade de seus atos, a agonia dos dias iguais, o desespero do erro sem saber como fazer para voltar a inocência dos dias.

Quando chegamos no terceiro milênio, século XXI, senti  nitidamente a queda praticamente total dessas criaturas sem lei. As drogas tomavam o seu tempo. Todas as drogas, lícitas, ilícitas, as que são e não aparecem. Sentindo a tormenta que vinha do seus interiores escrevi o poema "LUZ", o qual procura traduzir o que se passa na mente de cada jovem em conflito com a realidade em suas vidas.

LUZ

Há uma luz em mim que brota, ante sua luz que imigra.
Quanta facinação nessa rede mesclada de luar.
Em meu cérebro sinto aranhas a  tecer as teias que não teço.
Vozes indefinidas, definem minha existência, em galáxias memoráveis e nefastas do pensamento, do intento, do tormento,
dos nãos esperando os sins, dos sins querendo dizer talvez!
Os mistérios serão desvendados?
As verdades serão ditas, acreditadas, creditas nos não ditos?
Nos gritos, nos olhos fitos, nos abafados quereres finitos de dor, gozo e prazer?
O que dizer do não dizer?
O que querer do não querer?
Basta-me os sóis, as luas, as estações, os dias?
O que é que me basta? O que me satura?
Quem tortura-me com perguntas vãs, sem respostas sãs?
Deus, onde está que não me houve, não me responde?
Aonde vou que não me encontra?
Agnosias mentais!
Lábios que não cansam de cantar:
Mea culpa, mea máxima culpa!
Fez-me imagem e semelhança para padecer no paraiso das palavras e pontuações?
E o ponto final, quando chegará afinal?
Deus, desde que não seja pó esse ponto,
quero sua mão a pontuá-lo enfim!

Conserve essa luz em mim!